sexta-feira, 19 de março de 2010

Cristãos silenciosos e sinos que se calam

Infelizmente, cada vez mais cristãos se calam e igrejas silenciam. Não existem mais respostas para as grandes dúvidas e questões de nossa época. Um pastor aposentado declarou: “No meio de tudo o que se disse a respeito das inundações que varreram a Europa, senti a falta do som dos sinos das igrejas”. Com isso ele estava querendo expressar o que um outro artigo citou:

“Os tempos em que os sinos se calavam sempre eram tempos difíceis para as pessoas, independentemente da região do mundo ou do século em que eles deixaram de se fazer ouvir. Ditadores e revolucionários não apenas fizeram calar os sinos... com o seu silenciar calavam-se também as vozes das pessoas... Quando os sinos deixam de se fazer ouvir, a vida, a liberdade, a tolerância e a humanidade estão diretamente ameaçadas”.

Alexander Soljenitzyn, o famoso dissidente soviético, expressou essa idéia em um poema:
“Sinos Vespertinos”

Desde sempre
as pessoas foram egocêntricas
e nem sempre bondosas.
Mas os sinos tocavam
e seu som pairava
sobre os campos, sobre os bosques.
Avisava,
exortava
a deixar de lado
as coisas terrenas,
as coisas pequenas
que nada valem,
lembrando
dos valores eternos.
Fazendo pensar
naquilo que não passa.
O toque dos sinos
impedia que as pessoas
se transformassem
em criaturas de quatro patas.

Hoje a maior das inundações poderia assolar a Europa – e mesmo assim os sinos das igrejas continuariam mudos. Perdeu-se a voz dos sinos. Parece que as igrejas, e, com elas os cristãos, não têm mais nada a dizer. Quando alguém tem a coragem de conclamar as pessoas a tomarem consciência, a voltarem para Deus e se arrependerem, corre o risco de ser chamado de pessimista e acusado de espalhar o pânico.
Logo depois das inundações visitei uma pequena igreja evangélica na Saxônia, a região da Alemanha mais duramente atingida pela catástrofe. Quando perguntei como os cristãos estavam lidando com a situação, o pastor respondeu: “Ajudamos no que for possível e transmitimos uma mensagem bíblica para as pessoas”. Os irmãos dessa igreja não diziam: “Pense positivo!” Sua mensagem era a respeito do amor de Jesus Cristo, de Seu perdão, da esperança e do consolo de um futuro com Jesus. Até nas piores situações e no meio das maiores catástrofes, os cristãos sabem que não estão sozinhos. Eles sabem que o Senhor Jesus está ao seu lado, em qualquer lugar, pois disse:

“Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20).

Em meio das maiores aflições, os filhos de Deus podem dizer:

“Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão” (Sl 139.5).

Em meio aos desastres, os cristãos estão abrigados e protegidos no Deus vivo. Esta é a nossa mensagem, o nosso consolo e a nossa esperança!

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