sábado, 31 de março de 2012

A MIM O FIZESTES!
Era uma vez, conta a lenda, quando a Irlanda era governada por reis, um soberano que não tinha filhos homens. Por isso mandou seus mensageiros pregarem cartazes nas árvores de todas as cidades de seu reino.
Os cartazes diziam que todo jovem qualificado devia marcar uma entrevista com o rei como um possível sucessor ao trono. No entanto, todos os candidatos deviam ter dois atributos: Deviam (1) amar a Deus e (2) amar também a seus semelhantes.
O jovem em quem essa lenda se concentra viu os cartazes e refletiu que amava realmente a Deus e a seus semelhantes. Mas era tão pobre que não tinha roupas com que pudesse se apresentar diante do rei. E também não tinha recursos para comprar provisões para a viagem até o castelo. Por isso pediu e tomou emprestado até conseguir dinheiro suficiente para poder comprar roupas adequadas e as provisões necessárias.
Acabou por partir para o castelo e já tinha quase terminado a viagem quando se deparou com um pobre mendigo ao lado da estrada. O mendigo começou a tremer, vestido apenas com trapos. Seus braços estendidos pediam ajuda. Sua voz fraca pediu baixinho: “Estou com fome e com frio. Poderia me ajudar, por favor?”
O jovem ficou tão comovido com a situação do pobre mendigo que tirou imediatamente as roupas novas e vestiu os trapos dele. Sem pensar duas vezes, deu ao mendigo todas as suas provisões. Ele amava a Deus e amava a seus semelhantes.
Depois disso o jovem prosseguiu um pouco inseguro até o castelo, vestido com os trapos do mendigo e sem qualquer provisão para a viagem de volta. Quando chegou ao castelo, um servo do rei lhe abriu os portões.
Depois de uma longa espera, foi finalmente admitido na sala do trono. O jovem fez uma reverência diante do rei. Quando levantou os olhos, ficou espantadíssimo.
- “O senhor... o senhor é o mendigo à margem da estrada!”.
- “Sim – replicou o rei – Sou o mendigo”.
- “Mas o senhor não é um mendigo de verdade. É o rei.”
- “Sim, sou de fato o rei”.
- “Por que fez isso comigo?” – perguntou o jovem.
- “Porque eu tinha de descobrir se você realmente ama a Deus e as seus semelhantes. Eu sabia que, se me apresentasse a você como rei, você ficaria muito impressionado com a minha coroa de ouro e minhas roupas magníficas. Teria feito qualquer coisa que eu pedisse por causa de minha aparência de rei. Mas assim eu nunca saberia o que de fato está no seu coração. Por isso me apresentei como mendigo, sem nenhuma exigência, a não ser o amor de seu coração. Descobri que você realmente ama a Deus e a seus semelhantes. Será meu sucessor. Terá o meu reino!”
No vigésimo quinto capítulo do Evangelho de Mateus, Jesus descreve o dia do juízo final:
“Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer...”
Os justos ficam surpresos com isso e perguntam ao Senhor:
“Quando nos sucedeu ver-te com fome e alimentar-te?”
A resposta de Jesus é a seguinte:
“Eu era o mendigo à margem da estrada de sua vida. Aproximei-me, não com a majestade e esplendor de Deus, mas como um pobre e simples mendigo. Não tinha exigências a fazer, exceto o amor de seu coração. Tinha de descobrir se vocês poderiam abrir as mãos e o coração para atender às necessidades de seu próximo. Onde está seu tesouro, ali também está seu coração, e eu tinha de descobrir onde estava o seu coração. Descobri grande amor em seu coração. E, por isso, vocês terão um lugar em meu Reino para sempre. Terão as alegrias que olhos humanos nunca viram, que os ouvidos humanos nunca escutaram, que a imaginação humana nunca ousou sonhar. Venham, amados, entrem na casa de meu Pai, onde preparei um lugar especial justamente para vocês.”
No fim, no último dia e nesse juízo final, só uma coisa terá importância. Seremos todos julgados pelo amor que Deus encontrar em nosso coração.
Preste muita atenção, pois quem sabe aquela pessoa necessitada que possa aparecer de repente na sua frente poderá ser muito mais do que você imagina. Talvez o Pai a envie apenas para ver como anda o seu amor nesses que parecem ser os últimos dias.